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Luvas de Proteção: por que elas são decisivas para a segurança química no ambiente industrial?
Luvas de Proteção: por que elas são decisivas para a segurança química no ambiente industrial?
Por: Josemar Vieira
A proteção das mãos é um dos pilares da segurança industrial. Em setores que lidam com produtos químicos, como: indústrias químicas, farmacêuticas, automotivas e de saneamento, as luvas de proteção tornam-se a principal barreira entre o trabalhador e agentes capazes de causar irritações, queimaduras, intoxicações e até danos sistêmicos.
No entanto, escolher “qualquer luva” não garante proteção. A eficácia depende de critérios técnicos, normas internacionais e conhecimento especializado. Um estudo recente analisou como trabalhadores e profissionais de segurança selecionam e utilizam luvas de proteção química e identificou lacunas importantes — e também oportunidades de melhoria para empresas que buscam elevar seu nível de segurança no trabalho.
A KRK Training resume aqui os principais aprendizados.
Por que as luvas são tão importantes na higiene ocupacional?
As mãos estão entre as partes do corpo mais expostas no dia a dia industrial. Riscos incluem:
- Substâncias corrosivas
- Solventes, ácidos e bases
- Produtos inflamáveis
- Misturas químicas
- Contaminações cruzadas
- Dermatites químicas
Segundo a OIT, milhões de trabalhadores no mundo continuam vulneráveis à absorção cutânea de agentes tóxicos. As luvas — quando escolhidas e usadas corretamente — reduzem drasticamente esses riscos.
O problema: nem sempre a luva certa é usada
A pesquisa mostra um dado preocupante: a escolha das luvas de proteção ainda é feita, muitas vezes, com base apenas no Certificado de Aprovação (CA) ou em catálogos de fabricantes, sem considerar critérios fundamentais como:
- Permeação
- Penetração
- Degradação
- Tempo de ruptura
- Compatibilidade com cada substância
Em outras palavras: a luva pode ter CA, mas não necessariamente é adequada para o produto químico manipulado.
O que diz a norma EN ISO 374 (base internacional para proteção química)
A EN ISO 374, adotada no Brasil via ABNT NBR ISO 374-1, define como deve ser o desempenho das luvas frente a produtos químicos perigosos.
Ela classifica as luvas em três tipos:
Tipo A
Resistência mínima de 30 minutos frente a 6 ou mais produtos químicos padrão.
Tipo B
Resistência mínima de 30 minutos frente a 3 produtos químicos padrão.
Tipo C
Resistência mínima de 10 minutos frente a 1 produto químico padrão.
A norma também apresenta uma lista com 18 produtos químicos utilizados para ensaios de permeação, que incluem ácidos, bases, solventes, aminas, agentes oxidantes e hidrocarbonetos.
O que o estudo descobriu sobre a realidade das empresas
- Entre os trabalhadores
- 96,2% usam luvas regularmente
- 23,1% já tiveram falhas de eficácia: rasgos, desgaste, perda de tato
- 19,2% nunca receberam treinamento formal
- 92,3% entendem a finalidade da luva, mas de forma superficial
- Entre técnicos e engenheiros de segurança
- 43% escolhem luvas apenas com base no CA
- 43% não conhecem a norma EN 374
- Apenas 14% demonstram domínio completo da norma
- Critérios técnicos como permeação e tempo de ruptura raramente são aplicados
Esses dados indicam uma realidade comum: há uso de EPI, mas falta método técnico na escolha e treinamento adequado.
Principais riscos da escolha inadequada de luvas
- Dermatites químicas
- Queimaduras
- Intoxicação por absorção cutânea
- Reações alérgicas
- Perda de destreza e acidentes mecânicos
- Aumento do passivo trabalhista e autuações
A falsa sensação de segurança — quando a luva parece adequada, mas não é — é um dos maiores perigos no ambiente industrial.
Como melhorar a seleção e o uso das luvas na empresa
O estudo aponta cinco pilares que tornam o processo mais seguro e eficaz:
- Seleção técnica baseada em norma
Usar EN ISO 374 / ABNT NBR ISO 374-1 como referência para o tipo certo.
- Treinamento contínuo
Explicar conceitos como permeação, degradação, tempo de ruptura e limites da proteção.
- Padronização corporativa
Criar diretrizes claras para compra, uso e substituição das luvas.
- Monitoramento em campo
Registrar falhas, analisar desgaste e revisar a eficácia do EPI.
- Avaliação ergonômica
Considerar conforto, ajuste, alergias e necessidades específicas de cada função.
O que este estudo ensina para gestores industriais
- Só fornecer luvas não é suficiente.
É preciso escolher com base em critérios científicos. - Treinamento não é opcional.
Sem capacitação, o uso do EPI é ineficiente. - A norma EN ISO 374 deve ser a referência.
Ela reduz falhas e traz segurança jurídica e operacional. - Ergonomia é parte da segurança.
Luvas desconfortáveis reduzem aderência e aumentam riscos. - Segurança eficaz exige integração técnica + comportamento seguro.
Conclusão
As luvas de proteção química são essenciais para a segurança industrial , mas sua eficácia depende de seleção técnica, treinamento adequado e monitoramento contínuo. O estudo analisado mostra que a cultura de uso já existe, mas a maturidade técnica ainda precisa avançar.
Ao adotar critérios normativos, investir em capacitação e padronizar processos, empresas reduzem riscos, ganham produtividade e fortalecem seu compromisso com a saúde do trabalhador — valores que a KRK Training defende e promove diariamente.



